Congresso Internacional
NICOLAU CHANTERENE E A PRÁTICA ESCULTÓRICA NO CONTEXTO DAS ARTES DO SÉCULO XVI
Nicolau Chanterene chega ao grande estaleiro do Mosteiro de Santa Maria de Belém em finais de 1516, ou início do ano seguinte, e aí permanece durante todo o ano de 1517, realizando obra escultórica de notável importância para a introdução em Portugal das formas e temas do Renascimento.
O seu sequente percurso artístico e pessoal, quer em Coimbra, quer em Sintra e em Évora, revela-o como uma personalidade chave para a compreensão do complexo processo cultural e artístico que subjaz à introdução de novas ideias e motivos ao modo do renascimento transalpino, a sua generalização e a subsequente evolução para formas de expressão plástica já tipicamente maneiristas, pois mantém-se ativo pelo menos até 1552.
Da forma plástica moderna, passando para o enunciar de questões essenciais de projeto de estruturas retabulares, à utilização pioneira da tratadística, da iluminura e da gravura como fontes de inspiração, o arco de vida e obra de mestre Nicolau, como é referido na documentação, permite o acompanhar de um largo escopo evolutivo na arte portuguesa e europeia do século XVI, acompanhando e integrando múltiplos tópicos de discussão científica que se procuram debater neste congresso.
O estudo do Arte do Renascimento em Portugal, em especial no que concerne à arte da escultura, face à evolução de entendimento científico da época e da personalidade dos artistas que trabalhavam em Portugal e na Península Ibérica, ao que hoje se conhece sobre a mecânica da disseminação de influências artísticas neste contexto cronológico, as especificidades da prática escultórica, quer no contexto do tratamento plástico da figura humana quer no que concerne ao universo da decoração escultórica, justifica a proposta de um encontro científico internacional deste tipo, levado a cabo no âmbito do ARTIS e dos seus eixos estratégicos, nomeadamente Arte do Tardo-gótico e do Renascimento em Portugal.